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O TEXTO E SUAS IMPLICAÇÕES

O TEXTO E SUAS IMPLICAÇÕES




RESUMO


Objetivando compreender os aspectos, características que envolvem a produção textual, como a coesão e coerência textual, além do sentido do texto, é que se elaborou este paper. Conhecer as especificidades que permeiam a produção textual é de fundamental importância para que se possa compreender como se desenvolve um texto de forma compreensiva e significativa. Assim, a produção textual deve ser vista como a expressão oral do educando, a qual possui significado, coesão e coerência, proporcionando ao leitor a compreensão do que se quer explanar, transmitir. Portanto, conhecer e compreender como se processa a produção de textos e sua importância no contexto social é de suma importância para a formação de leitores e escritores competentes para o aumento do conhecimento que se possa construir acerca desta temática “O texto e suas implicações”.


Palavras - chave: Produção textual. Sentido e significado. Coesão e Coerência.



1 INTRODUÇÃO


Estudar as características principais de um texto, como a coerência, a coesão e o sentido, é abrir um novo mundo cognitivo sobre a produção textual. Assim, dentro do contexto educativo o texto deve ser uma constante para que os educandos tenham acesso e prática na elaboração, produção textual observando-se essas características, especificidades.

Assim, o texto no contexto educativo deve ser visto como forma de expressão do homem em que ele expõe suas críticas, seus sentimentos e constrói seu mundo, e por isso, constitui-se numa arte que denota a possibilidade do homem de criticar a realidade e expor suas emoções de forma significativa.

Dentro dos âmbitos escolares deve-se proporcionar aos educando o entendimento de que o escrever é interagir com o mundo, com o outro e consigo mesmo, tendo um sentido, significado. E desta forma, o educando poderá desenvolver competências em relação aos usos linguísticos, ter acesso aos bens culturais e alcançar a liberdade de participação no mundo letrado, assumindo sua própria palavra na produção de textos coerentes, coesos e eficazes.

O âmbito escolar deve ter por meta ensinar aos educandos a produzir textos em uma situação real de comunicação, pois a produção de textos dentro destes contextos pode criar objetivos que deem circulação social aos textos produzidos.

Portanto, o estudo e análise do texto e suas implicações possibilitarão um maior conhecimento sobre esta arte da produção que faz parte do universo humano, através do qual ele expressa seus sonhos, emoções e constroem novas realidades, novas visões de fatos que ocorrem na sociedade.


2 AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO: COESÃO E COERÊNCIA

Para entender e compreender as especificidades do texto torna-se necessário que o âmbito escolar promova um processo de ensino-aprendizagem que venha proporcionar aos educandos vivenciar a prática de produção textual, levando-se em consideração o interlocutor, a finalidade, as suas especificidades: coesão e coerência, além dos aspectos comunicativos e textuais.

Dessa forma, é preciso que o âmbito escolar organize o trabalho pedagógico para que os educandos experimentem, vivenciem a prática de produção de textos diversos no contexto da sala de aula. Neste sentido é que o documento Parâmetros Curriculares Nacionais – Língua Portuguesa (1997, p. 68) sinaliza que:

É necessário, portanto, ensinar os alunos a lidar com a escrita da linguagem – os aspectos notacionais relacionados ao sistema alfabético e às restrições ortográficas – como com a linguagem escrita -, os aspectos discursivos relacionados à linguagem que se usa para escrever. Para tanto é preciso que, tão logo o aluno chegue à escola, seja solicitado a produzir seus próprios textos, mesmo que nãosaiba grafá-los, a escrever como lhe for possível, mesmo que não faça convencionalmente.

Pode-se afirmar que desde o contato inicial com a escrita, o educando precisa vivenciar a experiência de produzir seu próprio texto, pois é através desta relação estabelecida com a produção de textos bem como com a leitura destes é que os educandos poderão internalizar as particularidades do código linguístico, da variedade padrão da língua, criando suas habilidades e competências de leitores e escritores competentes.

É preciso que os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem entendam que para formar escritores competentes torna-se necessário desenvolver uma prática pedagógica que tenha por base o diálogo, possibilitando aos educandos a liberdade de escrever, ler e interpretar o mundo que lhe cerca,obtendo subsídios para refletir e criticar esta realidade.

Desse modo é que o objetivo do trabalho de produção de textos é a formação de escritores competentes e reflexivos. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais –Língua Portuguesa (1997, p. 65-66):

[...] um escritor competente é alguém que ao produzir um discurso, conhecendo possibilidades que estão postos culturalmente, sabe selecionar o gênero no qual seu discurso se realizará escolhendo aquele que for apropriado a seus objetivos e à circunstância enunciativa em questão [...] É alguém que sabe elaborar um resumo ou tomar notas durante uma exposição oral; que sabe expressar por escrito seus sentimentos, experiências ou opiniões. Um escritor competente é, também, capaz de olhar para o próprio texto como um objeto e verificar se está confuso, ambíguo, redundante, obscuro ou incompleto. Ou seja: é capaz de revisá-lo e reescrevê-lo até considerá-lo satisfatório para o momento.



Percebe-se, assim, que o trabalho de produção de textos deve evidenciar o uso da escrita em situações diversas. Desta forma, os educandos terão condições reais de desenvolver seu potencial crítico-reflexivo, apropriando-se de novas formas de expressão, com base na análise das características dos diferentes gêneros discursivos e na interação com interlocutores diversos, de maneira adequada e criativa.

Mas, para que esses educandos tenham essa formação é necessário que estes conheçam e compreendam algumas especificidades da produção de textos, tais como: a coesão, a coerência e o sentido que um texto deve ter para que tenha significado, seja de fácil leitura e compreensão dos leitores que tenham o acesso para lê-los.

Isto implica sinalizar que para um texto ter significância, sentido e seja compreendido é preciso que o escritor faça uso de elementos gramaticais corretos, tais como: conjunções, pronomes, preposições, advérbios na elaboração das frases que constituirão as orações e, consequentemente, os períodos.

Nesta perspectiva é que Simon (2008) pontua que “[...] Um texto bem construído e, naturalmente, bem interpretado, vai apresentar uma textualidade, ou seja, um conjunto de características que fazem um texto, e não uma sequencia de frases” (SIMON, 2008, p. 1).

Assim, quando o escritor emprega mal os elementos constitutivos de um texto, este texto não apresentará noção de conjunto, além de que a linguagem pode tornar-se ambígua e incoerente. Para se elaborara um texto é preciso, primeiramente, vê-lo como unidade mínima de significação, levando em consideração todas as concepções que permeiam a construção deste.

Neste sentido é preciso que o escritor/educando compreenda que existem dois elementos fundamentais para a construção de um texto com sentido e significância: a coesão e a coerência. E como primeiro passo, torna-se necessário que se tenha bem definido o conceito destes dois termos.

E para melhor compreensão destes elementos que Mattozo (2009, p.1) pontua que:

A língua possui duas faces básicas: estrutura e sentido. Essas faces estão interligadas como numa moeda. Para que a moeda seja moeda, é preciso que essas duas faces existam. O mesmo ocorre na língua, ou, falando de maneira mais direta, no texto.
[...]
A estrutura diz respeito ao esqueleto da língua. Seus "ossos" e ligações. É algo mais interno. Já o sentido está relacionado ao nosso conhecimento de mundo, sendo portanto, mais externo.
Bem, a coesão é a estrutura; a coerência, o sentido.



Percebe-se, assim, que tanto a coesão quanto a coerência são elementos, aspectos de grande importância para a significação de uma produção textual, pois eles geram a estrutura e o sentido que darão a textualidade de qualquer produção textual.

Numa releitura do conceito dado por Mazzoto (2009) aos elementos: coesão e coerência pode-se afirmar que a coesão textual irá trabalhar com a estrutura do texto, com a sua formatação, com as partes que compõem o texto; já a coerência relaciona-se com as ideias e estas só poderão ser desenvolvidas se o escritor/educando ter uma diversidade de informações acerca destas ideias.
Desta forma, outros autores pontuam, também, uma complementação para o conceito desses elementos – coesão e coerência, como Fávero (2003, p. 10):

A coesão, manifestada no nível microtextual, refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, as palavras que ouvimos ou vemos, estão ligados entre si dentro de uma seqüência. A coerência, por sua vez, manifestada em grande parte macrotextualmente,
refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, os conceitos e as relações sub jacentes ao texto de superfície, se unem numa configuração, de maneira reciprocamente acessível e relevante. Assim a coerência é o resultado de processos cognitivos operantes entre os usuários e não mero traço dos textos.



Desse modo, tanto a coesão quanto a coerência são elementos que pertencem ao corpo de qualquer estrutura textual, dando-lhe sentido e significância. Mas, para que uma produção textual seja realmente compreensível é preciso que o escritor, o autor do texto observe três princípios: “A Coerência depende, antes de mais, das relações de sentido que se estabelecem, de forma explícita, entre as palavras. Essas relações devem obedecer a três princípios: o princípio da relevância, o princípio da não contradição e o princípio da não redundância” (PLATÃO, 1998, p. 7).

Assim, ter estes três princípios em vista é o que tornará o texto compreensível por qualquer leitor, pois o universo textual deve ser determinado por uma sequência lógica de ideias que tenham sentido, isto implica afirmar que é a continuidade de sentido que constituirá a base para que este texto tenha coerência.

No que se refere ao elemento textual: a coesão, este sendo o modo como os diversos aspectos textuais – palavras, frases, etc., se inter-relacionam, deve ser observado, pois é este que dá unidade ao texto. Para tanto, existem vários mecanismos para o estabelecimento desta coesão, como pontua Platão (1998): “Há vários mecanismos de coesão: a substituição lexical, a repetição, a pronominalização, a definitivização, a articulação interfrásica, o tempo verbal, a anáfora, a catáfora e a elipse” (PLATÃO, 1998, p. 8).

Pode-se observar que a coesão é uma bússola de orientação para a necessidade
do emprego correto dos devidos conectivos e preposições que interligam as frases, orações, parágrafos, proporcionando a conexão sequencial dos fatos o que dá sentido e a devida compreensão da produção textual.
Outros mecanismos são pontuados por autores da área linguística para que se obtenha a coesão textual. Neste sentido que Mattozo (2009, p. 14) sinaliza que:

Para que o texto seja coeso, deve seguir pelo menos um dos mecanismos de coesão:
a)Retomada de termos, expressões ou frases já ditas.
b)Encadeamento de segmentos do texto,feito com conectores ou operadores discursivos, tais como então, portanto, mas, já que, porque [...]



Nota-se que a coesão vai além de um conjunto de palavras, frases, parágrafos, mas abarca a continuidade que se estabelece entre esses elementos, em que haja uma lógica entre as ideias – isto sendo a coerência.

Portanto, os elementos coesão e coerência estão interligados, um complementando o outro, permitindo que haja uma logicidade na produção textual, permitindo a qualquer leitor compreender o que se esta lendo, o que foi escrito, levando-se em consideração a relevância destes dois elementos: a coesão e a coerência.


3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após realizar os devidos estudos e análises da temática “O Texto e suas Implicações” para realização deste paper é possível afirmar que a produção textual não é um mero conjunto de palavras, frases, parágrafos, mas tudo isso com significância e sentido, pois a arte da palavra traz em seu bojo uma gama de significações que expressa a imaginação, o emocional, a ideia do autor do texto.

Através de uma produção textual é possível conhecer a intenção, ideia, o imaginário do autor, escritor, bem como obter o conhecimento sobre a estruturação, sentido e inter-relação que expressa o texto.

Assim, a partir destes estudos se observa que a produção textual envolve várias
implicações, tais quais: a coesão e a coerência, não sendo um texto qualquer, mas um texto que envolve sentido, significância, aquele que envolve, expressa o olhar daquele que escreve o texto, transpondo a imaginação, a emoção, permitindo ao homem construir novas realidades, verdades.

Portanto, a temática escolhida para realização deste paper permitiu conhecer e identificar a importância tanto da coesão quanto da coerência para que se tenha um texto compreensível e bem estruturado.


REFERÊNCIAS


BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais – Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1997.

FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e Coerência Textuais. São Paulo: Ática, 2003.

MATTOZO, Davinia. Coesão e Coerência. In: Baú de Palavras, 09/11/2009.

PLATÃO, Fiorin. Lições de textos: leitura e redação. São Paulo: Ática, 1998.

SIMON, Maria Lúcia Mexias. Coesão e Coerência Textuais Conceito de Tópico. In: I Simpósio de Estudos Fiológicos e Linguísticos – FFP (UERJ), 2008.


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