quinta-feira, 14 de março de 2019

Como trabalhar desenho

              Desenho
Todo artista que realiza uma composição visual, seja bidimensional ou tridimensional, parte do desenho. Na verdade, ele faz o estudo prévio da sua obra. Através desse estudo ele planeja como ficará sua produção. Sem falar daquele que sua obra é o próprio desenho.

Sendo assim, o desenho é uma técnica que nos permite representar idéias, pensamentos ou coisas concretas no papel ou em outro material que escolhermos. Para isso, podemos utilizar instrumentos como lápis, caneta, pincel, carvão, pedra, spray, mouse de computador e até mesmo o dedo.

O desenho geralmente é feito com linhas, formas e texturas.

Ele pode ser livre, usado como terapia e lazer, como também pode ser técnico e preciso, usado como ferramenta de trabalho.

Vamos abordar algumas formas de desenho. Como ficaria difícil colocarmos todas as formas, escolhemos aquelas que você mais utilizará. Então vamos lá!


1 – Desenho de memória

Quando desenhamos algo que não está a nossa vista e sim em nossa memória.


2 – Desenho de observação

Quando desenhamos algo que está a nossa vista, representando-o conforme o enxergamos. Muitos artistas usam essa forma de produção. Lembra-se dos impressionistas que mostravam no seu trabalho o que observavam, até mesmo a intensidade da luz? Para você aplicar essa forma de desenho é necessário uma ótima observação, percebendo a forma, a proporção, o volume, os detalhes que compõem o objeto e, ainda, poderá colocar sua interpretação pessoal de luz, sombra, textura e cor. 3 – Desenho criativo dirigido ou livre

Quando realizamos um desenho conforme a nossa criatividade e imaginação.

Na verdade, pode ser algo que não existe e você criou a sua maneira, ou algo que já existe, mas você deu a sua interpretação pessoal. Pode acontecer de duas formas:


A)  Desenho criativo dirigido – quando outra pessoa escolhe o tema.

B)  Desenho criativo livre – quando você escolhe o tema.

Um ótimo exemplo desse tipo de desenho é a ilustração que estudaremos a seguir.


Ainda existe o desenho só com pontos, que você já viu no pontilhismo, só com linhas de forma figurativa ou abstrata e só com formas geométricas ou partindo delas, como você viu no estudo da forma.

Não poderíamos, no entanto nos esquecer-nos dos desenhos feitos no computador, que são auxiliados por excelentes programas de computação, explorados pelos desenhistas gráficos e programadores visuais.

Também vamos dar espaço especial para os chargistas, cartunistas e caricaturistas. Você sabe quem são? Tenho certeza que sim, pois eles estão em todos os meios de comunicação como televisão, revistas, jornais, livros e gibis. Todos eles trabalham com um cunho humorístico, fazem-nos rir ao mesmo tempo que nos passam informações, realizando críticas e transmitindo conhecimentos. Eles são, sem dúvida, espetaculares!

Caricaturista: é o desenhista que ao representar o seu personagem exagera ou simplifica alguns traços da pessoa, como o formato do rosto, do bigode, da orelha, do topete, etc.

Cartunista: é o desenhista que lança mão de caricaturas ou desenhos estilizados para representar um cena ou situação humorística, com legenda ou não. Ele, normalmente, usa os mesmos recursos gráficos que existem nas cenas de um gibi.


Chargista: é o desenhista que usa todos os recursos que você já estudou. Ele representa o “humor”, com base em um conhecimento específico. Por isso, você deve manter-se informado sobre os acontecimentos e notícias, para que possa entender a charge. O assunto preferido dos chargistas é a política.

Ilustrador: é o desenhista que dá, através das imagens que produz e cria, vida, alegria e sentido aos cartazes, capas, textos de livros, folhetos, revistas, poesias e crônicas.




Caricatura

(Fonte: Wikipédia) Caricatura é um desenho de um personagem da vida real, tal como políticos e artistas. Porém, a caricatura enfatiza e exagera as características da pessoa de uma forma humorística, assim como em algumas circunstâncias acentua gestos, vícios e hábitos particulares em cada indivíduo.
Historicamente a palavra caricatura vem do italiano caricare (carregar, no sentido de exagerar, aumentar algo em proporção).
A caricatura é a "mãe" do expressionismo, onde o artista desvenda as impressões que a índole e a alma deixaram na face da pessoa.
A distorção e o uso de poucos traços são comuns na caricatura. Diz-se que uma boa caricatura pode ainda captar aspectos da personalidade de uma pessoa através do jogo com as formas. É comum sua utilização nas sátiras políticas; às vezes, esse termo pode ainda ser usado como sinônimo de grotesco (a imaginação do artista é priorizada em relação aos aspectos naturais) ou burlesco.
Prof.Douglas

segunda-feira, 11 de março de 2019

A gente e nós

                          A gente e nós
Estas duas formas - a gente e nós - estão corretas e existem na língua portuguesa. Nós é um pronome pessoal reto que indica um grupo e a gente é uma locução pronominal com valor semântico de nós. 
Assim, nós e a gente podem ser utilizados como sinônimos, tendo apenas atenção para a distinta conjugação do verbo. O correto é conjugar o verbo na primeira pessoa do plural com o pronome nós e na terceira pessoa do singular com a expressão a gente. 
Com nós, o verbo fica conjugado na 1.ª pessoa do plural:
  • Nós andamos. 
  • Nós cantaremos. 
  • Nós sabíamos. 
Com a gente, o verbo fica conjugado na 3.ª pessoa do singular:
  • A gente anda. 
  • A gente cantará. 
  • A gente sabia. 
É importante estar atento na conjugação dos verbos, para evitar erros comuns, como: a gente vamos, a gente fomos, nós vai, nós pede,...

Nós

Nós é o pronome pessoal reto da primeira pessoa do plural. Indica que o sujeito da ação é a pessoa que fala associada a pelo menos mais uma pessoa. Poderá ser utilizado tanto numa linguagem formal como numa linguagem informal. 
Exemplos com nós:
  • Nós vamos à praia depois do almoço. 
  • Ontem, nós falamos com ele, mas ele continuava triste com a situação.

A gente

A gente é uma locução pronominal formada pelo artigo definido feminino a e pelo substantivo gente, que se refere a um conjunto de pessoas, à população, humanidade, povo. Exprime um sujeito indeterminado, ou seja, as pessoas que falam (nós) ou as pessoas em geral (todos). 
A expressão a gente é semanticamente equivalente ao pronome pessoal reto nós e gramaticalmente equivalente ao pronome pessoal reto ela, devendo assim o verbo ser conjugado na terceira pessoa do singular. Esta expressão deverá ser utilizada apenas numa linguagem informal. 
Exemplos com a gente:
  • A gente vai à praia depois do almoço. 
  • Ontem, a gente falou com ele, mas ele continuava triste com a situação. 

                                          EXERCÍCIO SOBRE A GENTE E NÓS.

ESCOLA ________________DATA:_/_/__
PROF:___________________TURMA:_____
NOME:________________________
Leia:
Canto do povo de um lugar
Todo dia o sol levanta
E a gente canta
O sol de todo dia
Fim da tarde a terra cora
E a gente chora
Porque finda a tarde
Quando noite a lua amansa
E a gente dança venerando a noite.
Caetano Veloso. Joia. Phonogram, 1975.
Questão 1 – “A gente” é um exemplo de linguagem:
a) regional
b) técnica
c) informal
d) culta
Questão 2 – Reescreva a canção, substituindo “a gente” por “nós”:
__________________________
__________________________
__________________________
__________________________
__________________________
__________________________
__________________________
__________________________
Questão 3 – Em todas as alternativas, percebe-se a referência ao tempo, exceto em:
a) “Todo dia o sol levanta”.
b) “Fim da tarde a terra cora”.
c) “E a gente chora”.
d) “Quando noite a lua amansa

O que é Bullying

                                               BULLYING
 Geralmente não há cicatrizes nem hematomas revelando maus-tratos, mas mesmo
assim, crianças e jovens são agredidos e humilhados. Por quê? Em alguns casos,
porque são alunos exemplares e bem-comportados. Em outros, porque se vestem de
forma diferente ou fazem parte de uma minoria cultural, religiosa ou racial. Mas, na
maioria das vezes, por nenhum motivo especial. Nas escolas do Brasil e do restante do
mundo, muitas crianças e adolescentes são vítimas de bullying.

O bullying, palavra derivada do inglês (“bully” é o termo usado para designar pessoas intimidadoras e agressivas), significa recorrer à superioridade física ou mental a fim de intimidar alguém. O termo, já adotado no Brasil, define tipos de comportamento agressivo e intencional: ofender, humilhar, discriminar, excluir, maltratar, assediar, dominar, tiranizar, pressionar, perseguir, aterrorizar etc

O bully é aquele que abusa dos mais fracos, o aluno que aterroriza os colegas. Um bully pode ser menino ou menina e pode ser criança, adolescente e, em alguns casos, adulto. O bully, quase nunca, tem bom desempenho escolar: comporta-se mal, desrespeita professores e menospreza bons alunos. Contudo, às vezes, ele é justamente o bom aluno, o atleta, a menina mais bonita da escola que inferioriza os outros e faz uso de seu poder para intimidá-los. Há muitos tipos de bullies e diversas formas de bullying
https://www.10emtudo.com.br/artigo/bullying/

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

A HISTÓRIA DO TEATRO MUDO OU PANTOMIMA

A HISTÓRIA DO TEATRO MUDO OU PANTOMIMA

História

Pode-se dizer que a pantomima é tão antiga quanto a dramaturgia, e ambas têm a mesma origem: Grécia Antiga. Foram encontrados indícios de pantomima também em rituais religiosos sumérios, hindus e egípcios, além dos gregos, há mais de cinco mil anos. Ao narrar epopeias e tentar transmitir sensações do divino, os sacerdotes acabavam demonstrando características pantomímicas, e isso era muito mais claro na Grécia. Esta foi a primeira semente pantomímica, a pantomima sagrada.
No século IV a.C., a Grécia helênica promove seus festivais dionisíacos. A tragédia é muito popular. Aristóteles escreveu em sua obra A Poética sobre o texto da tragédia e cita no primeiro parágrafo os mimos de Sófron e Siracusa, como uma expressão teatral, à parte, com a necessidade de uma denominação específica. Nos vasos jônicos é fácil de encontrar as pinturas retratando esses artistas que mimicavam os governantes locais ou os tipos populares engraçados. Essa foi a pantomima antiga.
O imperador romano Augusto promoveu os pantomímicos. Os festivais realizados no Palácio dos Esportes eram assistidos por 40.000 pessoas. Muito foi escrito sobre esse apogeu da pantomima. O poeta Lívio Andrônico é considerado o primeiro one-man-show da história do teatro. Foi inventor da pantomima romana. Ele fez a ponte entre a pantomima grega e a latina. Também vale reportar a citação de Cícero sobre a interpretação de dois grandes pantomímicos romanos, Bathylle e Pylade, quando apresentaram suas versões para a tragédia grega Prometeu, de Ésquilo, - Como se existisse uma língua em cada ponta de seus dedos. Essa foi à pantomima clássica.
Após o obscuro período da Idade Média onde a Inquisição proibiu qualquer livre manifestação artística, surgiu na França em 1813 um genial pantomímico que reavivou o gênero. Jean-Gaspard Debureau criou o personagem Baptiste oriundo da família dos Piêrrots da comédia francesa. Elaborou um repertório e motivou o surgimento de um estilo romântico. Houve uma efervescência da pantomima romântica nos anos posteriores e por toda a Europa muitos artistas aprimoraram o estilo se apresentando em teatros, music-halls, boulevares e circos. Sua figura e estilo foi imortalizado no cinema pelo filme de Marcel Carné "Les Enfants du Paradise" (Boulevard du Crime, em português) onde o grande ator e mímico francês Jean Louis Barrault protagonizou. Já nos filmes de cinema mudo os pantomimos Chales Chaplin e Buster Keaton são os mais expressivos herdeiros desta pantomima. Essa foi à pantomima romântica.
No início do século XX as artes em geral tiveram seus conceitos e estéticas transformadas com rupturas aos conceitos tradicionais e o surgimento de novas tendências estéticas. Na França Etiênne Decroux começou a codificar uma gramática para o movimento corporal, resultando numa técnica que acabou sendo as diretrizes para o surgimento de um novo estilo de pantomima. O mais representativo pantomímico dessa técnica é Marcel Marceau que criou o personagem Bip e um repertório neoclássico.
Hoje, essa técnica é identificável como uma linguagem de acessório nos trabalhos de vários artistas. Por exemplo, nas coreografias de Michael Jackson com seus passos de dança sem sair do lugar. Nas performances dos shows de ilusionismo dos mágicos, como David Cooperfield ou nas performances cinematográficas do clown inglês Mr Bean. Essa é a pantomima moderna, a pantomima como se conhece atualmente.
Até em Chaplin, a pantomima era apenas o pantomímico e o palco vazio, tudo dependia da expressão, mas graças a ele hoje pode-se utilizar cenário, objetos e figurino, pois era impossível fazer uma pantomima cinematográfica sem recursos cênicos.
No Brasil a técnica da mímica chega em 1952 através do ator, tradutor, diretor e mímico português Luís de Lima que encena o primeiro mimodrama - O ESCRITURÁRIO e ministra inúmeras oficinas e cursos de mímica pelo Brasil influenciando e criando uma nova geração de mímicos. Paralelo a isso a presença de Marceal Marceau com suas turnês influencia da mesma forma. Brasileiros precursores da década de 70 são Ricardo Bandeira, Juarez Machado, Denise Stoklos e dessa nova geração Josué Soares, Luiza Monteiro, Vicentini Gomes, Fernando Vieira, Alberto Gaus, Jiddu Saldanha, Sérgio Bicudo, Toninho Lobo, Alvaro Assad, Marcio Moura, Melissa Teles-Lôbo.
A pantomima também tem sido utilizada por muitos grupos cristãos para promover sua fé, dentre os quais se destaca a fundação norte-americana Jocum (Jovens Com uma Missão) que é uma das pioneiras neste tipo de pantomima cristã.


https://sites.google.com/site/teatromudonobrasil/home/a-historia-do-teatro-mudo-ou-pantomima

Roteiro de teatro mudo -Ansiedade

Roteiro - Teatro Mudo ("Curta") Ansiedade: umo luta dioria Introdução A ansiedade é um transtorno que atinge principalmente as mulheres, e a incidência desses transtornos diminui à medida que as pessoas envelhecem. A característica principal da ansiedade é uma preocupação excessiva, acompanhada de pelo menos três dos seguintes sintomas: inquietação ; fatigabilidade; dificuldade em concentrar-se ou sensações de "branco"; irritabilidade; tensão muscular e perturbação do sono.

Cena 1 - Elevador Viviane chega na Faculdade e aguarda o elevador. lmpaciente, olha para o relógio várias vezes até que finalmente o elevador chega. Ela está sozinha, entra e pressiona aliviada o seu andar (o último).Quando se vira, observa aflita muitas pessoas entrando e selecionando vários andares. Começa a olhar o relógio freneticamente, e ao "calcular" nos dedos os afazeres do dia fica confusa, então, êffi pânico começa a massagear as têmporas, enquanto balança a perna rapidamente e respira ofegante, com medo de não chegar a tempo a aula e começar suas amplas tarefas. Um aluno atencioso a vê e tenta acalmá-la, lhe dando dicas de como diminuir a ansiedade em momentos como esse. Á instrui a controlar sua respiração e lhe dá um caderninho para organizar suas prioridades em forma de lista e assim, ficar menos preocupada com a organização do tempo. Eles se despedem e seguem para suas respectivas salas.


Cena 2- Sala de Aula A protagonista chega na sala de aula e o professor ainda não chegou. É Oia de provà, âgarota caminha até seu lugar de costume e se senta. Ela tira o material dá mochila e começa a posiciona-lo sobre a mesa enquanto a professora chega.A professora começa a entregar as provas, uma a uma aos alunos, enquanto a garota organiza e reorganiza suas canetas, borracha e lapiseira repetidamente. A garota observa aflita o grande número de questões enquanto a professora marcar no quadro o tempo da prova. Enquanto a garota treme a perna e bate com a caneta na mesa em ritmo frenético: desvia o olhar da prova para o relógio repetidamente. Percebendo sua ansiedade, a professora se aproxima da mesa e conversa com a aluna. Busca alguns objetos em sua bolsa e lhe aconselha a beber um pouco d'água, tentar se acalmar respirando fundo e lhe dá um chiclete para mascar durante a prova para diminuir a tensão. A aluna diminui a tensão e entrega a prova aliviada, a professora se aproxima e conversa com ela, a instruindo a procurar ajuda de um profissional. Estatísticas o De acordo com a 5" edição do Manual de diagnóstico estatístico de transtornos mentais existemT tipos diferentes de transtornos de ansiedade. Transtorno de ansiedade social e transtorno de ansiedade generalizada são dois exemplos. . Segundo a Academia Brasileira de Psicologia L2% da população brasileira é ansiosa. o Levantamentos da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram que atualmente cerca de 33% da população mundial sofre de ansiedade. Fontes -www. p rogresso. co m. b r/ca d e rn o/ci ê ncia -sa u de -abp.org.br

Molière e a comédia da sociedade,pequena história-Tem de tudo

Molière e a comédia da sociedade


Molière e a comédia de sociedade.

É uma curiosa indicação da complexidade do homem e seu mundo que a Era de Corneille e Racine tenha sido também a Era de Molière. Pois enquanto a tragédia estava erigindo uma torre de poderosa dignidade, a comédia estava ocupada em demoli-la. Enquanto a tragédia investia a sociedade aristocrática e da alta classe média com vestes cravejadas de jóias, a comédia as arrancava ate pôr a nu a truanesca roupa de baixo- e qual a sociedade que não usa por baixo uma roupa de truão? Aqui, novamente, a França do século XVII assumiu a liderança. Da conjunção de uma era e de um temperamento surgiu uma grande figura que lança sua ampla sombra sobre todo o teatro europeu, Molière, o mestre cômico da dramaturgia moderna.

O temperamento cômico de Molière
Seu aspecto comum é o de uma observação desinteressada, como se estivesse vigiando um movimentado campo e tendo o lazer de dardejar as partes escolhidas sem qualquer ansiedade agitada.
Molière não era um reformista do gênero militante. A indignação não se constituía numa prova de bom gosto quando o ideal predominante da sociedade francesa era o equilíbrio da razão. Simplesmente ria. Conseqüentemente seu método cômico era seguro e límpido. A maior parte de suas peças foi escrita nos formais versos alexandrinos, com uma adesão geral às unidades de tempo, lugar e ação. Mesmo quando tinha mais de uma trama nas mãos, sua estória permanecia lúcida e os acontecimentos eram escrupulosamente equilibrados. Seu estilo era lúcido mesmo nos momentos mais tensos, e contido mesmo nos momentos mais lúdicos, pois sua risada estava, no melhor dos casos, sem deixar de ser uma risada, “mais próxima de um sorriso”, era em suma “ o humor do cérebro”.
Nas comédias de Molière a Justiça é sempre feita. Não há intrusão do homem de sentimentos ou preconceitos para prejudicar o tom equilibrado de sua forma cômica. Apenas no que diz respeito a essa balanceada abordagem da humanidade é que as palavras de Bérgson, “o riso é incompatível com a emoção” são verdadeiras no caso de Molière.

A comédia humana de Molière
Catorze anos depois de Corneille mas, dezesseis anos antes de Racine, aos 15 de janeiro de 1622 nasce Jean-Baptiste Poquelin (Molière). Educado na casa de seu pai, um próspero tapeceiro, o rapaz recebeu todos os confortos sem ser estragado pelos excessos. Ademais, em breve o pai viu-se ligado à corte côo um dos oito valets de chambre tapissiers do rei, homem que estavam encarregados das tapeçarias e das mobílias reais. O título deu ao velho Poquelin alguma posição social; afora isso, a obrigação de freqüentar os palácios do rei durante três meses por ano representavam uma abertura suficiente para o circulo fechado que seu filho. Viria a satirizar de forma tão ínfima. O rapaz logo começou a demonstrar dotes para a mímica. Aos quinze anos ficou com o pai, cujo oficio já devia ter aprendido a essa altura, embora sem grande aplicação. Em 1636, o ano de O Cid e do famoso ensaio de Descartes sobre os processos da razão. O Discurso do Método, entrou na melhor escola de Paris, o Collège de Clermont.
Instruídos pelos Jesuítas, que produziram tantos livres-pensadores com seu excelente currículo, Molière adquiriu o firme domínio da lógica e da retórica. Aí também se familiarizou com a comédia romana e seus dotes histriônicos foram estimulados pelos mestres, que não apenas incentivavam a declaração pública como pediam aos alunos para representar peças latinas escritas pelos professores de poesia e retórica. Além disso, travou lá uma valiosa amizade com o jovem príncipe de Conde ET Chapelle. Molière, o futuro cético, provavelmente deveu muito à instrução formal que recebeu desse homem brilhante que conhecia todos os ramos da ciência, correspondia-se com Kepler e Galileu e era um admirador de Lucrécio. Não deixa de ser significativo o fato de que o primeiro esforço literário de Molière tenha sido uma tradução do tratado poético de Lucrécio sobre o epicurismo e a teoria atômica, De Rerum Natura. Se tornou necessário ao rapaz escolher uma carreira, enveredar pelo Direito. Mas o teatro exercia um fascínio muito grande sobre alguém que era um ator por natureza e de há muito sentia –se atraído pelos comediantes italiano que representavam em Paris. Em julho de 1643, entrou para uma companhia amadora que trabalhava numa quadra de jogo de péla e ostentava o grandiloqüente nome de L’Illustre Theâtre. O grupo mudou-se para uma quadra de tênis mais ampla e começou a cobrar ingressos mas os resultados foram desastrosos . a companhia reorganizada, contava agora com o bufão Dupare, conhecido por Gros-René e a ruiva e perfeita Madeleine Béjart, que conquistou o coração de Molière. Provavelmente com o fito de poupar ao pai embaraço de ter um ator na família, o o jovem Poquelin mudou o nome para Molière e rapidamente se devotou à empresa. Em 1644, a companhia fez uma estréia formal num bom teatro. Mas os resultados teimavam em não aparecer e Molière não apenas se endividou pesadamente como acabou sendo encarcerado durante uma semana por seus credores.
Contudo, a pequena companhia partiu para a província e, amadurecido por três anos de luta em Paris, aos vinte e cinco anos de idade. Molière estabeleceu-se no difícil negócio de criar uma bem-sucedida companhia ambulante. Tornou-se um astuto empresário cujo gume foi naturalmente afiado por doze anos de perambulações.
Havia de doze a quinze companhias nas mesmas condições, a competição era forte e as privações e humilhações eram muitas pois que os atores não possuíam ‘status social’ e eram forçados a enfrentar um grande número de leis puritanas. Mas a experiência era inapreciável e a companhia converteu-se no mais perfeito grupo de comediantes do reino. Foi crucial sua estada em ‘Lyon,’ onde permaneceram durante algum tempo. Ali Molière, fez-se um ator rematado. Seus gestos eram ligeiros, seu poder de sugestão, profundo; ademais, era um excelente orador informal. Ali também dominou a arte de escrever para teatro, combinando os truques e tipos característicos da comédia italiana com sagaz observação da vida francesa.
Em Lyon produziu uma dúzia de peças. Sua primeira obra importante. L’Etourdi (O Aturdido), peça de cinco atos em alexandrinos rimados, seguia as escapadas do astuto criado Mascarille que planeja inúmeros artifícios para auxiliar o caso de amor de seu amo Lélie, apenas para vê-los arruinados pelo amante com sua atabalhoada interferência. A peça obteve um êxito notável e a companhia ganhou novos membros, entre os quais o excelente Lagrange e Mademoiselle Debrie que suplantou Madeleine Béjart nas afeições de Molière.
Molière aproveitou esses tempos de experiência, sua saúde incerta melhorou no clima quente e sua carreira de autor ganhou pleno impulso. Aconselhados por amigos a instalar a bem-sucedida companhia nas imediações de Paris, Molière levou seus atores a Rouen. Lá o irmão mais moço de Luís XIV, o Duque d’Anjou s tomou sob seu patrono e aos 24 de outubro de 1658, fizeram finalmente a reverencia ao Rei no salão da guarda do antigo Louvre. Inconscientes de suas limitações no campo trágico, cometeram o erro de apresentar uma obra de Corneille, Nicomède. Mas, Molière adiantou-se após a conclusão da tragédia e pediu permissão ao rei para apresentar um de seus sazonados interlúdios. Sua oferenda era apenas a farsa ligeira Le Docteur Amoureux, ( O Doutor Enamorado), mas foi tal o favor obtido que a companhia recebeu permissão para usar o teatro do Petit-Bourbon durante alguns dias da semana. Assim o teatro era dividido alternadamente entre os atores franceses e uma companhia de comediantes italianos.
Lá, numa plataforma rasa de uns cem pés por quarenta, frente a uma platéia ocupada por plebeus que permaneciam em pé circundada por galerias divididas em camarotes para as damas. Molière dispunha quase de um teatro elisabetano. O cenário não era amplo, o palco da casa totalmente fechada onde as peças eram encenadas no fim da tarde apresentavam-se parcamente iluminado por velas. E os atores esbarravam nos janotas sentados na plataforma. A não ser quando encenava na corte uma comédia-balé teatralmente engenhosa. Molière via-se às voltas com condições físicas inadequadas e difíceis . precisava de um humor continuo e vigoroso se desejava superar tais limitações. A obra de Molière precisava combinar a polidez com a vivacidade, a A commedia dell’arte , com a alta comédia.
Continuou a representar tragédias ou peças heróicas de Corneille e chegou a tentar escrever uma pessoalmente, à lamentável Don Garcie de Nayarre.
Molière tinha quarenta anos, idade perigosa para um solteirão inflamável. No mesmo ano de 1662, marcou o início de seus infortúnios privados. Madeleine Béjart possuía uma irmã mais jovem, Armande, que atingira a maturidade sob seus próprios olhos, ele dera-lhe um papel central em Escola de Maridos e a jovem mostrava-se eficaz para a coqueteria n palco. Molière encontra no teatro um negócio lucrativo, mantinha excelentes relações e possuía amigos de influencia, afora isso, recebia suas visitas com demonstrações de prodigalidade. Estava pronto para o deleite de um novo romance. Por outro lado, Mademoiselle Debrie, sua amante e leal amiga, estava mais próxima de sua própria idade que a jovem e fascinante atriz, contra todo seu melhor discernimento, Molière cortejou Armande e – infelizmente foi aceito. Sob a supervisão do esposo ela se transformou numa atriz consumada que era igualmente eficaz em papeis delicados e indelicados, e assim sendo, daí em diante Molière escreveu suas peças com o objetivo de mostrar o talento da jovem Armande. Esta também lhe deu três filhos, dos quais apenas um sobreviveu ao pai. Mas, afinal de contas era vinte anos mais velho que ela e destarte o supremo satirista dos maridos ciumentos, e traídos, tornou-se assaz ironicamente, um tema adequado para suas próprias peças. Ela era uma oportunista, fátua, frívola e calculista que tornou seu curiosamente apaixonado marido tão miserável na vida particular, quanto se mostrava alegre em público. A partir daí seu riso tornou-se ‘ algo vencido’ .
Luís, ávido por divertimento, considerava Molière, um simples provisor de alegria e ficou surpreso quando Boileau lhe disse que o comediógrafo era um grande homem. Mas ainda que Molière continuasse perceptivelmente a considerar a diversão como seu principal negocio, sua arte estava se desenvolvendo em escopo e seriedade. É significativo que sua contribuição para os festivos Prazeres da ilha Encantada , em Versailles em 1664 não fosse a costumeira bagatela mas sim uma versão em três atos de sua grande sátira contra a hipocrisia religiosa Tartuffe (Tartufo). E mesmo Luis foi obrigado a reconhecer que seu bobo da corte havia ultrapassado as medidas. O rei o proibiu de apresentar a peça em público, e cinco anos iriam passar-se até que o público da cidade pudesse ver a peça no palco em sua forma reelaborada e final.
A França era varrida por uma reação contra a crescente vaga de ceticismo religioso e cientifico. O pensamento liberal era denunciado pelas seitas religiosas, entre as quais as mais ativas eram os jesuítas e os Jansenistas. A devoção se transformava em moda e nem toda as suas manifestações eram desinteressadas e sinceras. Tartufo era a encarnação da devoção egoísta e desonesta, e o drama que o mostrava insinuando-se em um honrado lar e virando-o de cabeça para baixo com suas intrigas resultou em poderosíssima sátira. Custou ao autor ser acusado de ateu por aqueles cujas sensibilidade haviam sido ofendidas. Insistiu que não havia atacado a religião e sim a forma pela qual podia ser usada para disfarçar o interesse próprio. Ademais, Molière teve a sabedoria de lembrar que o objeto da comédia é o riso e a diversão. Tartufo é uma força tanto ridícula quanto sinistra.
Apresentado no teatro do Palais-Royal em 1666, O Misantropo, não logrou rápida popularidade. Prescindia da ação vigorosa ou espetacular e apelava para a inteligência. É a mais fria e olímpica de suas comédias. A peça simplesmente gira ao redor de Alceste, um homem reto cujo desgosto para com as loucuras, afetações e corrupção da época chega às raias da obsessão. O mundo social que adeja à sua volta é uma coleção de almofadinhas, bajuladores, intrigantes e namoradores. Julga impossível conviver com eles, ainda que seu leal amigo Philinte lhe aconselhe cautela. O ponto fraco em sua couraça é o amor que por uma mulher incuravelmente flertadora,à qual – como acontecia com o próprio Molière – ama em oposição ao que lhe fiz o melhor discernimento. Mas a despeito da paixão que sente por ela, não consegue violentar-se a ponto de aceitar o mundo de intriga que é o habitat natural da moça. Perseguir a integridade sem levar em consideração as realidades sociais e exigir o impossível de uma mulher superficial só podiam conduzir a um desastre pessoal. A sociedade, como ele a descreve, não pode ser reformada porque o gênero humano é fundamentalmente corrupto.
Amphitryon (Anfitrião), a comédia de Plauto sobre o divino leito conjugal, e pela obra mais acerba. Mas a peça que marcou, de fato, um retorno à sátira, e sua obra seguinte L’Avare (O Avarento), baseada na Aululária, do mesmo Plauto. trata-se de uma caricatura da avareza e da cobiça, tendo algum parentesco com o Volpone, de Bem Jonson.
Molière criou uma obra-prima final com Lês Femmes Savantes (As Sabichonas). Em "As Sabichonas" escreveu uma de suascomédias mais serenas. Molière criou uma casa de mulheres que buscam o saber com o agitado ardor de um bando de grasnantes gansas.a moda do preciosismo entre as damas literatas vinha crescendo novamente sob a forma de um cultivo pretensioso e superficial dos clássicos e das ciências, e já era tempo de extirpá-la mais uma vez. A maneira pela qual as novas preciosas são derrotadas por uma cativante filha da casa cuja felicidade é ameaçada pelo pedantismo das outras se constitui no eixo desta comédia de caracteres finamente cinzelada. Mais uma vez, indignaram-se a pedante e esnobe Madame de Rambouillet e sua corte. Mas Trissotin, o bombástico xodó dos salons, foi totalmente afastado de Paris depois que Molière o caricaturou na figura de Tricotin. Tornou-se o objeto de ridículo de toda a capital e abandonou o púlpito que ornamentara com sua presença.
A saúde de Molière, porém, começa a falhar, durante quase toda a vida sofrera de tuberculose e agora a doença ganhava terreno com rapidez. Teve tempo de escrever apenas mais uma peça; bastante apropriadamente, uma sátira à classe médica de sua época que nada podia fazer para agudá-lo Le Malade Imaginaire ( O Doente Imaginário). Molière interpretou Argan pessoalmente, e sua aparência física só podia realçar o realismo da interpretação. Não desejando causar qualquer perda finalmente à sua fiel companhia, não levou em consideração o conselho de amigos e compareceu à quarta apresentação da peça numa situação critica. Foi tomado por convulsões e morreu, algumas horas mais tarde, aos 17 de fevereiro de 1673, nos braços de uma irmã de caridade enquanto os padres se recusavam a ministrar-lhe a extrema unção porque fora um ator. A Igreja aprovou a conduta de seus ministros e negou ao corpo o sepultamento no cemitério paroquial. O funeral foi adiado por quatro dias e se necessária a intervenção do rei para que o maior homem de sua época pudesse ser enterrado com uma cerimônia simples da qual foi omitido o serviço solene.

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